Reparación inversores tensión energia solar Valencia

Galicia espallada

Unha recolleita da cultura galega

Literatura, historia, arte, música, gastronomía, galeguismo, tradicións, lendas, costumes, emigración

?memoria de Manuela Via? (1929-2013)

Um anaco da Hist?ia da Galiza: a Hist?ia do nacionalismo galego

por  Iria  Macinheiras  

O contexto

 Ap? do fracasso da I Rep?lica, na Galiza tenhem lugar tr? factos:

 

a) Reactiva?m do provincialismo e apari?m do regionalismo.

b) Apari?m de um galeguismo que defende os velhos valores do Antigo Regime.

c) Nasce o federalismo.

        Aparecem as primeiras publica?ns galegas: El Heraldo Gallego, O Tio Marcos da Portela, La Propaganda Gallega, Revista Galaica, Diario de Santiago, La Ilustraci? Gallega y Asturiana (na que trabalhar?Murgu?). Estas publica?ns criticar? a Restaura?m e reivindicar? a defesa dos interesses gerais da Galiza junto com a ‘uniom natural dos galegos’ criando umha representa?m parlamentar que faga poss?el o desenvolvimento de umha pol?ica galega.

        O ano 1886 ?considerado como o do nascimento do regionalismo galego, e baseiam-se nos seguintes factos:

- Publica?m do livro Los precursores, de Manuel Mart?ez Murgu?.

- Amossa-se a Galiza como diferente politicamente e considera-se como umha na?m.

O regionalismo. Tipologias.

        Como muitas outras, esta tend?cia nom foi homog?ea, e houvo tr? concep?ns de regionalismo: o federalista, o tradicionalista e o liberal.

        Alfredo Bra?sO regionalismo federalista: tentou procurar como base social o campesinhado e os sectores mais radicais da burguesia. Contou com Aurelio Pereira como l?er e com a publica?m El Regional como vozeiro das suas ideias. Acabaria-se fundindo com o regionalismo liberal.

Politicamente denunciava a uniformidade legislativa e administrativa, o centralismo, o caciquismo e a promo?m social por ter nascido em determinado berze. Era um radicalismo democr?ico que via a Galiza como umha regiom pertencente ?Na?m Espanhola. Ali?, pretendia a reden?m de foros, baseando-se no cooperativismo, na industrializa?m e na moderniza?m econ?ica da Galiza.

        O regionalismo tradicionalista definia-se por um catolicismo integrista no eido religioso e um retorno ao passado no pol?ico (volta ?situa?m anterior ?Revolu?m Burguesa). O seu melhor exponente seria Alfredo Bra?s quem defenderia a velha ordem pol?ico-social e se oporia ao mundo moderno, ao capitalismo, ao liberalismo e ? industrializa?m [...+...].

Com a apari?m da revolu?m social igualitarista, do marxismo, do anarquismo e do colectivismo; o regionalismo tradicionalista pretendeu ressuscitar a tradi?m: o catolicismo e a resigna?m crist? no pensamento e no sentimento dos homens; a defesa de umha democracia corporativa no plano pol?ico; e no plano s?io-econ?ico, umha volta ao corporativismo gremial e ao regime pr?capitalista da propriedade da terra, junto com umha ressurrei?m dos privil?ios para os antigos possuidores (nobreza e clero).

        O regionalismo liberal tivo em Manuel Murgu? o seu m?imo exponente. A sua ideologia pol?ica baseava-se numha procura de cambiar as formas pol?icas do Antigo Regime, no liberalismo, na regenera?m (mas de um jeito menos combativo) da sociedade, na moderniza?m, no historicismo, na defesa das liberdades colectivas dos organismos hist?icos e na defesa das liberdades individuais.

Murgu? comparava as na?ns com organismos vivos que luitam por sobreviver e situa sempre a ra? em primeiro lugar. Murgu? v?que a Galiza ?umha na?m (embora s?lhe chame regiom) e pretende moderniz?la econ?ica e politicamente e Manuel Murgu? acadar a democracia. Para ele o campesinhado ?a base social e recha? o independentismo [...+...].

        Polo geral, todos os regionalismos pretendiam defender os interesses gerais da Galiza. Aparecer? as primeiras publica?ns peri?icas em galego e as primeiras editoriais galeguistas: Librer? Gallega e Biblioteca Gallega. As tr? tend?cias regionalistas estavam mais ou menos unidas, ainda que existia tensom entre liberalistas e tradicionalistas.

        Com a marcha de Pereira a Madrid remata o regionalismo federalista. Bra?s far?se carlista e fundar?a Liga Gallega de Santiago. Murgu? fundar?a Liga Gallega na Crunha.

        O segundo regionalismo s?fica em p?com a Liga Gallega da Crunha, pois a de Santiago de Compostela desaparecer? O regionalismo federalista tamb? esmorecer? Mentres, a Galiza sofrer?a crise finisecular e a apari?m do agrarismo. Come? a emigra?m masiva. No seu do agrarismo fundar?se Solidaridad Gallega para regenerar a Galiza, ainda que a resposta urbana  nom foi positiva.

A g?ese do galeguismo. As Irmandades da Fala.

        O 5 de janeiro do ano 1916, Ant? Vilar Ponte defende em La Voz de Galicia a cria?m dumha Liga de Amigos do Idioma Galego e publicar?O nacionalismo galego, onde assinala que a l?gua ?a base da nacionalidade, e pretende unir a todos os galegos pola Galiza. O 18 de maio do mesmo ano criar?se a Irmandade de Amigos da Fala, que se estender?polo resto do pa?. O que se pretendia era espalhar os usos oral e escrito do idioma galego, defender a nossa cultura e o passado da Galiza. Este galeguismo chegar?at?a imprensa.

        Aparecer?A Nossa Terra, vozeiro das Irmandades da Fala, cambiando a propaganda cultural por propaganda pol?ica. As Irmandades da Fala associ?om-se com o nacionalismo catal?, ainda que acabariam por romper a sua rela?m. Resumindo:

1.A Igreja cat?ica perder?o controle ideol?ico do galeguismo.

2.Os regionalistas laicos desaparecer?.

3.Unir?-se as tend?cias liberal-democr?ica e a cat?ica-tradicionalista.

Do galeguismo ao nacionalismo e evolu?m desde II Rep?lica at?a II Restaura?m Borb?ica.

        Desde o nascimento do nacionalismo at?a sua consolida?m podemos distinguir quatro per?dos:

1?) Nacionalismo de Base (1915-1936).

2?) Nacionalismo na II Rep?lica espanhola (1931-1936).

3?) Nacionalismo na Guerra Civil e na P?-guerra (1936-1960).

4?) Nacionalismo actual (desde o franquismo at?hoje).

A base do nacionalismo:

        Em 1920, Vicente Risco [...+...] publica a Teoria do nacionalismo galego, onde se recolhe que a na?m ?um facto Vicente Risco natural, biol?ico e independente da vontade dos homens. Tam? salienta que a terra e a ra? dam lugar a umha l?gua e cultura pr?rias. Entom, segundo ele, nom existe a na?m espanhola, senom um conjunto de na?ns. Isto seria a base das tr? tend?cias nacionalistas:

a) Neo-tradicionalista (Losada Di?uez):

- Concep?m cat?ica do mundo-

- Hist?ia e na?m: determinismo geogr?ico e import?cia do passado dos galegos.

- Defesa da tradi?m.

- Inexist?cia de burguesia e de propriet?ios.

- Procura de um futuro pr?pero.

b) Liberal-democr?ica (Lugr? Freire, Ribalta, os irm?s Carr?Alvarellos...):

- Visom da na?m como um ente determinado pola Hist?ia e pola Natureza. A Hist?ia ?movida polo desejo de acadar um ideal de justi? e liberdade.

- Liberalismo e democracia face o autoritarismo.

- Aposta polo progresso e polo reformismo. Defesa dos direitos da mulher, resolu?m dos problemas derivados do regime de propriedade da terra (aposta pola generaliza?m da propriedade da terra para o campesinho), industrializa?m, cooperativismo, reforma fiscal, cria?m de umha banca p?lica e moderniza?m das infra-estruturas.

- Populismo ilustrado para formar umha cidadania culta.

c) Independentista e socialista:

- A Galiza nom lhe pertence ?Espanha: a independ?cia da na?m como solu?m.

- O socialismo como ideologia pol?ica, econ?ica e social.

O nacionalismo na II Rep?lica (1931-1936):

        A chegada da II Rep?lica espanhola favoreceria a apari?m de projectos pol?icos que pudessem competir com o nacionalismo espanhol que in?va ainda os eidos cultural, social, pol?ico, etc. O cinco de dezembro do ano 1931, o Partido Galeguista da Ponte Vedra acordou em assembleia a funda?m de um partido nacionalista unificado, o Partido Galeguista. As suas directrizes seriam:

a) Autodetermina?m pol?ica no seu da Rep?lica (espanhola).

b) Referendum, democracia directa e revocabilidade dos carregos p?licos.

c) Anti-imperialismo, pactismo e federalismo.

d) Igualdade de direitos para a mulher.

e) Autonomia municipal.

f) Incapacidade pol?ica para os que ‘nom rendessem’.

g) Co-oficialidade do galego e do castelhano na Galiza.

h) Reforma agr?ia.

i) Reconhecimento dos direitos sindicais.

        O PG foi quem de elaborar um programa pol?ico de s?tese que nom variou nos seguintes anos. Os representantes do PG presentariam-se ? elei?ns estatais dentro da forma?m ‘Frente Popular’ (que aglutinava todas as for?s de esquerda do Estado). Os fundadores do PG f?om intelectuais (como Castelao [...+...]), funcion?ios, liberais... Ser?no 1936 quando se funde a ‘Uni? Socialista Gallega’. Os campos nos que actuou o nacionalismo f?om:

a) A organiza?m de mocidades (como fazem hoje a maioria de partidos pol?icos).

b) Organiza?m de grupos de excursionistas e conjuntos desportivos para a difusom do nacionalismo.

c) Cria?m de institui?ns cient?icas galeguistas.

d) Imprensa pr?ria: A Nossa Terra, Heraldo de Galicia.

        Umha constante no nacionalismo galego seria a sua divisom em duas vertentes, a culturalista e a pol?ica. Polo geral a primeira das manifesta?ns ia associada ao medo (como no caso de Vicente Risco).

O nacionalismo na Guerra Civil espanhola e na P?-guerra (1936-1960):

        No 1939 pouco quedava j?do PG, posto que ou bem o ex?io ou bem a morte dos seus dirigentes deixaram mui mermada a capacidade de actua?m desta forma?m pol?ica. Tanto o nacionalismo como as suas actividades f?om clandestinas at? 1943, data em que se celebrou umha juntan? entre os seus ex-membros (galeguistas independentes), que Castelao no futuro seguiriam duas vertentes: umha delas, republicana; a outra consistiria na forma?m de umha plataforma conjunta com os nacionalistas bascos e catal?s, com os que se chegaria a um pacto (o Galeuzca [2] ) com o que se pretendia instaurar umha rep?lica federal espanhola (ou hespanhola, como diria Castelao) ou bem a promulga?m de estatutos de autonomia para estas tr? na?ns.

        O fracasso apoderou-se do galeguismo, sentimento comum a todas as for?s anti-franquistas. A renova?m da estrat?ia e a adop?m de umha postura apol?ica e culturalista tratou de erguer o movimento, mas nom seria aceitada polos exilados, j?que a produ?m cultural era majorit?ia (no seu do movimento), e via-se como umha trai?m.

        Esta cultura ser?a base do pinheirismo (que recebe o seu nome de Manuel Pi?iro), um galeguismo atrav? da cultura, renunciando ?forma?m de partidos pol?icos exclusivamente nacionalistas, e que monopolizaria o galeguismo num s? partido. Objectivos:

- Supera?m do nacionalismo.

- A Galiza teria de formar parte de Europa de acordo com os demais povos da Pen?sula.

        Segundo os pinheiristas, a Galiza nom poderia sonhar com a independ?cia, posto que se bem era um povo com umha personalidade pr?ria, nom era umha na?m. A aspira?m deste movimento ?o federalismo ib?ico e no limite, umha federa?m europeia.

        O pinheirismo pretendeu formar umha elite comprometida, mas sem ter de defender o nacionalismo. A mediados dos cinquenta, um fato de mo?s universit?ios em Compostela que escreveriam em La Noche formariam um colectivo com umha conduta mista de galeguismo, pinheirismo e marxismo.

O nacionalismo actual. Desde o franquismo at?hoje:

        A fins dos ’50, um grupo de estudantes de esquerdas (marxistas e contr?ios ao pinheirismo) form?om o grupo Brais Pinto [3] . A partir daqui criou-se o Conselho da Mocidade para lhe dar umha nova orienta?m ao nacionalismo galego, mas a sua heterogeneidade conduziria-os ?ruptura.

        Com anterioridade, membros de Brais Pinto formaram a Uniom do Povo Galego (UPG), forma?m cuja refunda?m teria lugar no ’64 por estudantes galeguistas, marxistas, nacionalistas e socialistas. A UPG reconhecia os seguintes pontos:

1.- A Galiza tem direito ?sua autodetermina?m.

2.- O povo galego dirigir?a Galiza.

3.- Os meios de produ?m pertencem-lhe ao povo.

4.- Colectiviza?m.

5.- Forma?m de unidades produtivas superiores.

6.- Colectiviza?m da grande empresa capitalista.

7.- Forma?m de agrupa?ns de freguesias.

8.- Educa?m para o povo.

9.- O galego ser?o idioma da Galiza.

10.- Uniom federativa da Galiza com o resto de povos da Pen?sula.

?   Etapas da UPG:

1.         1? etapa: poucos militantes e dirigidos polos  fundadores. Houvo umha penetra?m no mundo universit?io, dando lugar a mais afiliados. Exerceria-se umha actividade cultural de apar?cia in?ua, ainda que que nasc?om jovens nacionalistas que defendiam o culturalismo e a pol?ica de esquerda.

2.         2? etapa: a partir de 1970/71. H?umha nova defini?m de objectivos pol?icos, novas estrat?ias espec?icas sectoriais. No ’71 haver?umha crise com a entrada de comunistas na UPG. Ap? disto ampliar?se a actividade pol?ica at?que no 1972 se veria a UPG como o comunismo galego e at?a morte de Franco, como a oposi?m galega.

?   Evolu?m ideol?ica da UPG: a UPG orientou-se cara o comunismo para luitar contra o franquismo. Al? disto, no eido estritamente nacionalista romperia com a velha concep?m da Na?m (que estava formada pola l?gua, a cultura...) e estabeleceu que a Na?m estava formada polas classes sociais que luitavam pola liberta?m nacional galega. A UPG defendia a autodetermina?m (que lhe permitiria ?Galiza decidir as suas rela?ns com o resto de povos peninsulares) e que a Na?m Galega teria de estar formada polas classes populares e a pequena burguesia.

        O Partido Socialista Galego (PSG) nasceu no 1963 n’A Crunha, e reunia jovens estudantes pinheiristas. Defendiam um nacionalismo democr?ico, umha nova estrutura que permitisse a integra?m em Europa. Negava que o galeguismo fosse um movimento pol?ico e era favor?el ao federalismo. O seu presidente foi Francisco Fern?dez del Riego (ex-presidente da RAG), e editar? a Galiza Socialista. Ideias e objectivos:

- Umha sociedade socialista e colectivista na Galiza.

- Galiza, umha na?m geogr?ica e econ?ica.

- Consideravam que a Galiza estava economicamente subdesenvolta.

- Direito de autodetermina?m.

- Aspira?m de ser converterem num movimento de massas capaz de impulsar a luita sindical.

- O galego ?a l?gua da Galiza.

        At?a fim do franquismo o PSG seria pouco activo e os mais novos aliariam-se ? UPG (muito mais combativa).

Quatro notas da autora [4] :

1.         Os nomes de publica?ns, colectivos e forma?ns pol?icas na nossa l?gua passei-nos ?normativa da AGAL (como A Nossa Terra ou o Conselho da Mocidade), deixando o resto (como La Voz de Galicia ou Solidaridad Gallega). Os nomes de pessoas do nosso pa? nom se galeguiz?om (como Alfredo Bra?s ou Ram? Pi?iro), embora os seus derivados sim (como o pinheirismo).

2.          O trabalho remata aqui... de momento, porque haver?umha segunda parte onde se dar?conta do sucedido desde 1975 (cria?m do BNG, consecu?m de representa?m parlamentar, a organiza?m do independentismo [N?-UP, FPG, AMI, Agir...], etc.).

3.          Desculpade os erros ortogr?icos, morfol?icos, etc., que poda haver neste trabalho. Ningu? ?perfeito/a e eu menos ;-) (o que conta, disque, ?a inten?m).

4.          Se atopades algum erro nos conte?os, enviade-lhes um correio electr?ico ?gente de Pensa Galiza para que me contactem (@qui).

[1] O Partido Popular reafirmou em numerosas ocasions que o seu galeguismo bebia directamente de Alfredo Bra?s e de Manuel Pi?iro (do que se fala mais adiante).

[2] Galiza, Euzkadi, Catalunya.

[3] Entre eles, Xos?Lu? M?dez Ferr?, co-fundador da UPG e candidato ao pr?io Nobel de Literatura pola Associa?m de Escritores em L?gua Galega.

[4] E tamb? nota de Pensa Galiza: mui obrigados a ?ia Macinheiras polo seu trabalho. Aguardamos que chegue aginha a parte final J.